Rua Chile 1940 |
Em 25 de julho de 1902, uma sexta feira, a Bahia recepcionou a marinha chilena, então uma das mais invejadas esquadras do mundo, com uma festa extraordinária, uma das maiores, senão a maior, que Salvador testemunhou em seus mais de 460 anos de história. O apogeu foi o desfile dos militares do país irmão pela Rua Direita do Palácio, que por decreto da Câmara Municipal, de 17/08/02, passava a ser denominada de Rua Chile em homenagem aos visitantes.
"(...)com suas lojas especializadas de tecidos, roupas
masculinas, do hotel Palace, onde se hospedavam artistas que vinham a Salvador para shows.(...) era um comércio fino, a exemplo das Lojas Sloper que vendia perfumes, joias, vestuários e utensílios femininos como lenços, bolsas e chapéus e também a primeira loja de departamento de Salvador, Duas Américas, que comercializava tecidos e vestidos femininos e que inovou trazendo para a cidade a primeira escada rolante. No local havia também a Livraria Civilização Brasileira."
Consuelo Pondé de Sena, historiadora, escritora e presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).
Opa, opa...!!! Não posso finalizar este post sem falar dela: A mulher de Roxo.
A história de Florinda Santos, a conhecida Mulher de Roxo, se transformou numa lenda urbana, uma figura mitológica conhecida por todos da localidade. Não importava se o dia era de chuva ou de sol, ela nunca faltava. Era só as portas do comércio da Rua Chile abrirem e dona Florinda já se encaminhava para a entrada da Slopper. Vestido com roupa de veludo violáceo, iniciava o ritual diário. Andava de um lado para o outro, falava sozinha e sempre pedia dinheiro. Tudo com muita educação. Afinal, dizia-se que a Mulher de Roxo, personagem dos tempos diários do centro da cidade, vinha de boa família.
Vestida de freira, circulando livremente pela rua mais badalada de Salvador. A estranha indumentária, que incluía ainda um grande crucifixo, a transformou na Mulher de Roxo, a principal lenda urbana da capital. Foi assim que Florinda, a mendiga que jurava ser rica, passou a ser a personagem lendária, surgida, do nada, em frente à loja Sloper, nos anos 60 do século XX, em Salvador. Quando se enfeitava, com maquiagem forte no rosto e nos lábios, ela usava o espelho retrovisor dos automóveis estacionados. Como sanitário, servia-lhe qualquer território mais calmo. A Rua Chile era sua verdadeira casa, seu mundo, seu reinado. A intimidade com a rua era tão grande que ela sempre andava descalça. Na fachada da loja Sloper, localizava-se o seu trono de sarjeta. Na Rua Chile, chegava sempre muito cedo, circulava pelo centro e só recolhia o seu saco preto ao meio-dia, quando almoçava. Ao final do dia, voltava, andando, ao albergue noturno da prefeitura, situado na Baixa dos Sapateiros.
Veio a falecer em 1997, depois de ser acolhida por Irmã Dulce.
masculinas, do hotel Palace, onde se hospedavam artistas que vinham a Salvador para shows.(...) era um comércio fino, a exemplo das Lojas Sloper que vendia perfumes, joias, vestuários e utensílios femininos como lenços, bolsas e chapéus e também a primeira loja de departamento de Salvador, Duas Américas, que comercializava tecidos e vestidos femininos e que inovou trazendo para a cidade a primeira escada rolante. No local havia também a Livraria Civilização Brasileira."
Consuelo Pondé de Sena, historiadora, escritora e presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).
Opa, opa...!!! Não posso finalizar este post sem falar dela: A mulher de Roxo.
A história de Florinda Santos, a conhecida Mulher de Roxo, se transformou numa lenda urbana, uma figura mitológica conhecida por todos da localidade. Não importava se o dia era de chuva ou de sol, ela nunca faltava. Era só as portas do comércio da Rua Chile abrirem e dona Florinda já se encaminhava para a entrada da Slopper. Vestido com roupa de veludo violáceo, iniciava o ritual diário. Andava de um lado para o outro, falava sozinha e sempre pedia dinheiro. Tudo com muita educação. Afinal, dizia-se que a Mulher de Roxo, personagem dos tempos diários do centro da cidade, vinha de boa família.
Vestida de freira, circulando livremente pela rua mais badalada de Salvador. A estranha indumentária, que incluía ainda um grande crucifixo, a transformou na Mulher de Roxo, a principal lenda urbana da capital. Foi assim que Florinda, a mendiga que jurava ser rica, passou a ser a personagem lendária, surgida, do nada, em frente à loja Sloper, nos anos 60 do século XX, em Salvador. Quando se enfeitava, com maquiagem forte no rosto e nos lábios, ela usava o espelho retrovisor dos automóveis estacionados. Como sanitário, servia-lhe qualquer território mais calmo. A Rua Chile era sua verdadeira casa, seu mundo, seu reinado. A intimidade com a rua era tão grande que ela sempre andava descalça. Na fachada da loja Sloper, localizava-se o seu trono de sarjeta. Na Rua Chile, chegava sempre muito cedo, circulava pelo centro e só recolhia o seu saco preto ao meio-dia, quando almoçava. Ao final do dia, voltava, andando, ao albergue noturno da prefeitura, situado na Baixa dos Sapateiros.
Veio a falecer em 1997, depois de ser acolhida por Irmã Dulce.
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